Cabelo de baixo X Cabelo de cima

Conversar com um homem enquanto ele assiste ao futebol é sacanagem. Sacanagem e perda de tempo. Além de se estressar, tu, mulher, não terá a resposta que espera. A dica que fica é a de conversar com um homem que esteja assistindo ao futebol, somente sobre futebol. Quer dizer… Melhor NÃO!!!

Desculpe meu machismo nessa área, mas não há nada mais chato do que mulher falando de futebol sem a mínima noção de impedimento ou da carreira de determinado jogador.

Mas a questão aqui não é meter o pau nas mulheres e sim relatar pura e recente experiência para provar que se o assunto não é futebol, na hora do futebol, nós não prestamos atenção mesmo:

O cenário é uma sala com três homens e três mulheres assistindo a derrota do Palmeiras na libertadores. Enquanto os homens xingam o FDP do juiz e alguns jogadores FDP´s responsáveis pelo vexame em pleno Parque Antártica, as mulheres falam de outras coisas. As palavras ditas por elas soam como:

__Blá, blá, blá, blá, cabelo, blá, blá, blá blá, blá, blá blá, blá, blá blá, blá, blá blá, blá, blá blá, blá, blá…

E o jogo prossegue, assim como a conversa. Ao final do primeiro tempo, com uma derrota parcial de 1 x 0, foi como se um botão tivesse sido acionado e comecei a reconhecer o dialeto dito por uma delas com a seguinte frase:

__ Acho que eu sou a única pessoa que têm os cabelos de baixo melhores que os de cima!!

Hããããã?!?!?!

Assustou!? Eu também!!

Tentei entender o contexto, mas não parecia fazer sentido entre mulheres de 28, 35 e 17 anos. Chocado com o que ouvia, tentei disfarçar e comentar a péssima partida do verdão, mas era em vão. Mesmo que falasse de futebol, prestava atenção mesmo é no papo do “cabelo de baixo”, mas não por sacanagem e sim por curiosidade mesmo. A conversa seguia e as outras mulheres comentavam cada qual seus respectivos “cabelos de baixo”!!

Ali!!! Na sala!!!

Até que o susto foi completo quando ouvi algo como:

__ É sim. Meu cabelo de baixo é melhor do que o de cima. Quer ver?! Vou te mostrar…

Mais uma vez parecia não acreditar no que ouvia!! Só faltava essa!! Em meio a um jogo dificílimo, as mulheres se preocupando com seus “cabelos de baixo”. Vidrei meus olhos na direção da tevê enquanto algo parecia ser exposto seguido de:

__ Hummm… é verdade… Nossa, que estranho!!

Estranho meeeeeesmo!! O choque aumentava junto com a curiosidade até que me virei pensando “seja o que deus quiser!!”

Daí eu vi…

 O “cabelo de baixo” a que se referiam eram aqueles cabelinhos localizados na nuca, ou seja, “de baixo” do próprio cabelo… O choque foi maior ainda!!!

Daí cheguei à duas conclusões extremamente reais:

1 — Homens realmente só pensam naquilo e 2 — Se o Palmeiras não melhorasse, perderia…

Resultado: Derrota por 3 x 1 com ou sem cabelos de baixo…

 

(*) shit happens (*)

Elas

À minha frente: 5 exemplares femininos discutindo a beleza e afins de pessoas alheias. Famosos, atores, cantores… enfim…

A cada nova virtude encontrada, surge um novo nome e novas comparações. Sonhos e achismos tomam conta do ambiente sob o olhar incrédulo de alguns “seres normais” (leia homens).

Sinto-me cansado só pelo fato de vê-las tão empolgadas comentarem sobre algo que para elas é tão “interessante”. A faixa etária varia dos 19 aos 22 anos, passando pelos 21, completos ali mesmo, naquela sala.

Cada vez mais entendo (leia vejo) que as mulheres são como são pelo motivo de naturalmente serem imperfeitamente perfeitas, invejavelmente invejadas e principalmente compreensivelmente incompreensíveis…

É impressionante o poder que elas têm de falar tanto sobre tão pouco e de nós, homens, ouvirmos tão pouco de tanto que é falado. Vale lembrar que mulheres são seres viscerais, hormonais e… estranhamete complicadas.

*Eu poderia acabar por aqui, mas à bordo do ônibus, o caminho até casa é longo.

Prossigamos…

Ah, o regime !!! Como esquecer dessa prática _provavelmente_ criada por elas e descumpridas pelas mesmas… Posso dizer por experiência recente que esse é outro mito acreditado por elas… já inventaram de tudo, regime disso, regime daquilo, mas sempre o traem com um chocolatinho, razão de muito arrependimento depois.

Mulheres quando acham que estão gordas não há número 38 que prove o contrário. Não podemos esquecer que são mulheres. Em uma mesma semana vão acordar lindas e estar radiantes por onde passarem contagiando os outros e vão acordar “gordas” e de mau-humor, também contagiando à todos.

Mulher é assim. Contagia tudo estando “gorda”, linda, de mau-humor, cabelo feito ou não…

Não é à toa o verso cantado por Vinicius de Moraes e Tom Jobim:

“Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça, é ela menina que vem e que passa…”

Sim. Passa e nos distrai.