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uma vez, um homem tentou desafiar seu coração. Acreditava não ter nada a perder, já que a mulher que amava não sentia o mesmo por ele. Decidido, rogou a toda fé que poderia existir no mais fiel dos cristãos e acreditava ter tido êxito na missão, já que momentaneamente, por ela, não sentira mais nada. Enganando-se, feliz, passou a crer que podia controlar o mais independente dos órgãos, até que o coração lhe dirigiu a palavra. A garganta secara, os olhos marejaram, as mãos trêmulas, as pernas fracas, a barriga fria, a dor no peito… percebeu que poderia treinar o cérebro para armazenar mais conhecimento, controlar a mente para ter mais concentração e até mesmo fortalecer os músculos para aguentar tensões, mas jamais, em toda sua vida, poderia controlar o coração e dizer-lhe algo; a única opção era ouvi-lo e acatar o que lhe dissesse. Tentou segurar as lágrimas, mas não pôde. Não, porque fora uma ordem do coração. Por mais fortalecidas que fossem suas pernas, sentia-as fracas e por mais concentração que acreditava ter, pegou-se distraído em vários momentos. Irritava-se por não poder se controlar e antes que enlouquecesse, conformou-se em abnegar a vontade e aceitar o que lhe era imposto… em outras palavras, continuou a amá-la e ouviu a frase de Gabriel García Marquéz como se para ele fora escrita, naquele momento: “A pior forma de sentir falta de alguém é estar sentado a seu lado e saber que nunca o poderá ter”, e assim adormeceu rogando aos céus que por uma década não acordasse.